FERNANDO CANDEIAS»» Trocou Sines por Milfontes - JORNAL DE DESPORTO

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sexta-feira, 17 de julho de 2015

FERNANDO CANDEIAS»» Trocou Sines por Milfontes

Na Taça de Portugal pela primeira vez…

“ESTE É O CLUBE DA REGIÃO QUE APRESENTA O PROJECTO DESPORTIVO MAIS ATRACTIVO”

Fernando Candeias, de 38 anos, está de regresso a casa. Com efeito, depois de ter passado os dois últimos anos no Vasco da Gama de Sines, o treinador está de volta ao clube [o Praia de Milfontes] que representou nas sete épocas anteriores quando ainda se encontrava na 2.ª Divisão Distrital.

Fernando Candeias, em entrevista ao JORNAL DE DESPORTO disse estar convencido que optou pela “melhor solução” para si porque no seu entender “o Praia de Milfontes é o clube da região que apresenta o projecto desportivo mais atractivo para um treinador e para os jogadores”.

O clube que está a viver um dos seus melhores momentos em termos desportivos prepara-se para preencher mais uma página da sua história ao fazer a estreia absoluta na prova rainha do nosso futebol, a Taça de Portugal, depois de ter conquistado a Taça do Distrito de Beja numa época em que terminou o campeonato em 3.º lugar.

Este será, sem dúvida, um momento histórico para o clube que nunca antes havia participado numa competição desta importância. A responsabilidade é grande e o clube não quer fazer má figura. Por isso, está cuidadosamente a proceder a alguns ajustes no seu plantel com jogadores de qualidade como é o caso de Daniel Direito (ex- U. Santiago), Valdir e Paulo Duarte (ambos, ex-Vasco da Gama) que estão a ser apontados como prováveis reforços.   


“Foi um privilégio ser treinador do Vasco da Gama”

Depois de duas épocas em Sines aconteceu a mudança. Quais as razões da troca do Vasco da Gama pelo Praia de Milfontes?
As razões foram essencialmente desportivas. Neste momento o Praia de Milfontes é o clube da região, que na minha opinião, apresenta o projecto desportivo mais atractivo para um treinador e para os jogadores. Na verdade, trabalhar num clube como Vasco da Gama, sobretudo pela visibilidade que tem, permitiu-me analisar várias opções e, estou convencido que optei pela melhor solução para mim. Tenho uma relação muito próxima com as pessoas do clube e esse factor também pesou na decisão, embora, como referi atrás, o projecto desportivo foi decisivo. Quero só realçar que foi um privilégio ser treinador do Vasco da Gama durante estes dois anos.

Ficou satisfeito com o trabalho realizado em Sines ou saiu com alguma frustração pelo facto de não ter conseguido colocar o clube na 1.ª Divisão?
Nestes dois anos dei sempre o melhor de mim pelo clube. Não subir de divisão foi um duro golpe, foi uma derrota, mas tivemos muitas outras vitórias. Em termos globais fiquei bastante satisfeito, por várias razões: entrei no clube talvez no pior momento da sua história recente, acabado de descer divisão, em que os jogadores não acreditavam no clube e foi bastante difícil construir uma equipa. Conseguimos, com muito trabalho, e contra todas as previsões chegar à última jornada a discutir a subida de divisão, que não conseguimos por um ponto. Na segunda época tínhamos a convicção que era possível subir de divisão, fomos com todo o respeito pelas outras equipas, aquela que apresentou o futebol mais atractivo. Começámos com 20 pessoas no estádio e acabámos com mais de 1000, quer isto dizer que voltámos a criar nas pessoas de Sines um sentimento muito forte pelo clube. Atingimos a final da taça, que no actual quadro competitivo, não direi impossível, mas digo que para uma equipa da segunda divisão é muito difícil chegar a esse patamar, e na final, provámos, frente a uma excelente equipa, que tínhamos qualidade para jogar noutro nível. Aliás, defrontamos cinco equipas da primeira divisão e apenas não vencemos o Alcochetense. O futebol da segunda divisão tem características muito próprias. Chegaram a dizer-me que o nosso futebol era evoluído demais para a divisão onde estávamos e esse foi, talvez, o maior elogio que me podiam fazer. Creio, no entanto, que foram lançadas as bases para o Vasco da Gama subir de divisão de forma sustentada e chegar a um patamar mais de acordo com a sua história.


“Se a fasquia está alta fui eu que a coloquei lá”

Vai trocar o distrital de Setúbal pelo distrital de Beja. Poderá ser feita alguma comparação entre o nível das duas competições?
Existem algumas diferenças, sobretudo, a quantidade de praticantes. Se em Setúbal há muito mais praticantes, também haverá “mais bons” jogadores, “mais bons” treinadores e “mais bons” árbitros. Contudo, essa relação não é directa, pois em Beja, para a quantidade de praticantes que há, também temos bons treinadores, bons árbitros e muito talento a jogar futebol.. A grande diferença, em termos de conceito de jogo, é que em Setúbal pratica-se um futebol mais físico, mais agressivo, mais competitivo. Penso que seria interessante, criar uma Taça "InterDistrital" entre Setúbal e Beja. Ambos sairiam a ganhar com a experiência e seria importante para o desenvolvimento do futebol dos dois distritos: o lado mais competitivo de Setúbal e o futebol mais de "rua" de Beja.

Na época passada o Praia de Milfontes classificou-se em 3.º lugar e venceu a taça no distrito de Beja. E para este ano qual vai ser o objectivo?
O nosso primeiro objectivo é criar uma equipa assente em valores que consideramos fulcrais para ter sucesso: uma equipa solidária, comprometida com o clube e com muita ambição, respeitando sempre os adversários. Depois de atingirmos este primeiro objectivo, poderemos então pensar noutros, mas sempre com passos seguros, sabendo o que queremos.

A fasquia parece estar um pouco alta. Isso não o preocupa?
Bem, a fasquia alta fui "eu" que a coloquei. Estive sete anos no Praia de Milfontes (antes dos dois em Sines), comecei na segunda divisão onde já estava há quatro anos. Subimos no meu primeiro ano de treinador e a partir daí foi bater recordes atrás de recordes, Dois segundos lugares, um terceiro e uma final da taça. Portanto, fui "eu" que deixei o clube nesta situação. Logo, não considero uma "pressão" o actual patamar do clube. Aliás, é o actual momento do clube e a possibilidade que acreditamos ser possível superar que torna este projecto atractivo e cria uma motivação extraordinária para começar a trabalhar!

“Milfontes na Taça de Portugal pela primeira vez”

Por ter ganho a taça do distrito vai participar na Taça de Portugal, espera fazer boa figura na competição?
A Taça de Portugal é a prova rainha do futebol português e, pela primeira vez na história, o Praia de Milfontes vai ter a honra de a disputar. Claro que temos ilusões, veja-se o caso do Amora o ano passado, mas temos a consciência que tudo pode acontecer. Vamos para competir, para desfrutar, e quem sabe, podermos fazer uma surpresa!

Em relação ao plantel segundo consta vai levar consigo alguns jogadores do V. Gama e o Daniel Direito (ex-U. Santiago). Isso quer dizer que se vai apresentar com um plantel que demonstra alguma ambição
Vamos naturalmente efectuar ajustes no plantel e para nós é uma grande satisfação os jogadores acreditarem em nós e no clube. O Praia de Milfontes já tem um conjunto de jogadores de muita qualidade e bastante identificados com o clube. Foi nossa intenção adicionar, não só qualidade futebolística, mas também humana. Não queremos só bons jogadores, queremos também homens com valores com os quais nos identificamos. Acreditamos estar a construir um plantel que nos dá garantias de ter uma equipa competitiva, a praticar um futebol de qualidade.

Já estão programados os jogos de pré-temporada?
Sim, já temos alguns jogos definidos. Curiosamente, fechei a época passada com o Alcochetense e vou abrir a nova época com a mesma equipa. Então, no dia 22 de Agosto iremos jogar em Alcochete. Depois, no dia 29, Lagoa - Milfontes; 12/09 Milfontes - Esperança de Lagos; 19/09 Esperança de Lagos - Milfontes. Temos a Taça de Portugal a 06 de Setembro e o campeonato começa a 26/09. Vamos começar os trabalhos a 15 de Agosto e o plantel quando estiver fechado, iremos disponibilizar com todo o gosto.


Para concluir quer deixar alguma mensagem que ache oportuna?
Gostaria por fim de agradecer à direcção do Vasco da Gama por me ter dado o privilégio de treinar um clube especial e de ter conhecido pessoas especiais que ficam para a vida. Um agradecimento muito especial pelo companheirismo, pelo saber e pela dedicação da minha equipa técnica no Vasco da Gama, o grande Armando Vilhena, o grande Rui Silva e o grande João Santos. Também a três pessoas que nos bons e nos maus momentos sempre acreditaram em mim, os nossos três grandes directores, Vítor Marques, sr. Filipe e Belchior; a todos os jogadores que trabalharam comigo, pela paixão que me transmitiram ao representar aquele clube; a todos os adeptos que estiveram sempre com a equipa; àqueles que se aproximaram ao longo do tempo e que transmitiram grandes sensações a todos nós; e, especialmente à claque oficial do Vasco, os Ultra Vasquinhos pelo grande apoio que deram à equipa. Agora, estou de alma e coração no Milfontes e, como sempre, vou colocar toda a minha paixão para elevar o nome do clube. Por fim gostaria de enviar um grande abraço e dar os parabéns ao sr. José Pina pelo trabalho que desenvolve em prol do futebol distrital de Setúbal. Foi um prazer cooperar consigo e sempre que precisar estou ao dispor. Grande abraço!

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