ARBITRAGEM - Foi um dos acusados do processo apito dourado - JORNAL DE DESPORTO

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ARBITRAGEM - Foi um dos acusados do processo apito dourado

José Palma injustiçado por crime que não cometeu

José Palma, de 40 anos, é actualmente um dos árbitros mais credenciados e experientes do distrito de Setúbal. No auge da sua carreira chegou a andar pela 2.ª categoria nacional mas um telefonema recebido no intervalo do Gondomar – Lixa (2.ª Divisão Nacional) envolveu-o no famigerado processo do apito dourado que o puniu injustamente. A descida aos quadros distritais foi uma triste realidade e a desilusão foi enorme mas como o bichinho pela arbitragem nunca deixou de existir, passado algum tempo, embora magoado com muita gente, voltou aos campos do distrito, onde ainda hoje se mantém, com a mesma alegria de sempre. Em entrevista ao nosso jornal, José Palma fala de si, da sua carreira desportiva e das desilusões que sofreu no exercício da sua actividade como árbitro de futebol.

 José Palma, o que é que o faz andar ainda na arbitragem? 
O gosto por aquilo que faço, o facto de me sentir bem a arbitrar jogos e ao mesmo tempo a ajudar aqueles que comigo trabalham. São 23 anos de arbitragem e já não tenho metas atingir por isso o que mais me motiva nesta altura é transmitir os meus conhecimentos aos mais novos para que eles possam evoluir. Andou pela 2.ª Divisão Nacional mas o apito dourado atirou-o de novo para os distritais.

Se calhar tem muito para contar sobre isto? 
A minha descida não foi pelo meu desempenho a nível desportivo mas sim causada por um processo onde fui envolvido apenas por ter arbitrado jogos do Gondomar. Foi-me levantado um processo por favorecimento de resultados desportivos e por ter recebido artefactos em ouro. A nível civil felizmente ficou comprovado que nada recebi. Mas, a nível desportivo, quem estava no poder achou por bem abrir um processo disciplinar a todos os árbitros que tinham feito jogos do Gondomar. Os meus colegas por terem recebido os tais objectos e não terem mencionado no relatório e eu por não referido no relatório que nada tinha recebido. O regulamento não me obrigava a isso e depois dizer que estavam lá embrulhos não adiantava nada porque se lá estavam lá ficaram e nenhum de nós (trio de arbitragem) sabia o que estava lá dentro, nem ninguém nos entregou nada. Foi-me então instaurado um processo disciplinar por falsificação do relatório. E, por isso, fui punido com ano e meio de suspensão que motivou a descida de categoria, por duas vezes, em duas épocas consecutivas.

 “Processo instaurado já tinha prescrito” 

 Sente-se injustiçado com o que se passou? 
Sim, claramente. Tanto mais que quando este processo foi instaurado já tinha prescrito a nível desportivo. O advogado que me defendeu observou isso mas os senhores do poder, se calhar para não darem o braço a torcer, foram buscar um artigo civil, não de falsificação de relatório, mas sim falsificação de documento. Ora, se a nível civil tinha sido ilibado não deveria ter sido castigado a nível desportivo e para que fosse reposta a verdade deveria ter voltado à segunda categoria nacional.

E a nível pessoal este caso também trouxe sequelas? 
Sim. Mexeu muito comigo não só a nível familiar mas também em termos de saúde e só não me afectou a nível profissional porque na empresa onde exerço as funções de técnico analista de laboratório de química com resultados que são sigilosos as chefias me conheciam perfeitamente. Se fossem outros poderiam ficar com dúvidas a meu respeito pois se estava a ser acusado cá fora de falsificar um relatório ou um documento também o poderia fazer na empresa. Foi uma das piores fases da minha vida que me levou inclusive a um esgotamento. Para quem anda na vida de forma honesta e correcta é muito difícil ver-se envolvido num processo como este e ser punido com um castigo injusto.

Neste momento difícil da sua vida teve algum apoio? 
Não. Nem da AF Setúbal nem sequer do Conselho de Arbitragem. Tive sim a ajuda de um amigo pessoal (Cabrita Silvestre) na procura de apoio jurídico na área da justiça desportiva para auxiliar o meu advogado, dado que havia poucas pessoas com conhecimentos de justiça desportiva e só tínhamos 48 horas para contestar o castigo. Do meu Núcleo (Setúbal), infelizmente, também não tive uma única palavra de quem estava a presidir e isso magoou-me muito.

Essa foi uma das razões que levou ao seu afastamento? 
Exactamente. Sempre dei formação a árbitros porque gostava do que fazia mas aquela atitude fez com que estivesse praticamente cinco anos afastado no Núcleo mas não totalmente afastado dos árbitros porque havia muitos que por vezes iam estudar para minha casa. Agora estou de regresso porque houve uma mudança no Conselho de Arbitragem. O grande responsável pelo regresso ao Núcleo foi o Diamantino Pires que foi meu colega e sabe muito bem qual é a minha linha de pensamento.

Depois de tudo o que lhe aconteceu ainda conseguiu arranjar força para regressar ao mundo da arbitragem?
O grande problema foi do foro psicológico porque quer se queira ou não o carimbo (apito dourado) fica sempre. Cheguei a prejudicar a minha carreira profissional por causa da arbitragem mas como era isto que eu queria e porque não tinha feito nada de mal lá consegui arranjar forças para voltar e cá estou, com 40 anos, a arbitrar jogos com todo o gosto sejam eles de benjamins ou seniores.

 “Chegar à 1.ª Divisão Nacional era um sonho” 

 Poder-se-á dizer que passou ao lado de uma grande carreira e que esperava ir mais além? 
Quando entrei para a arbitragem sempre tive o objectivo de poder chegar aos nacionais e degrau a degrau consegui subir à 2.ª Divisão Nacional. Chegar à 1.ª Divisão Nacional era um sonho que acabou por não se concretizar com muita pena minha.

Voltando à realidade como é que vê a arbitragem distrital? 
Acho que está a passar por uma fase complicada. Os valores aparecem mas a qualidade é pouca. Setúbal já foi uma grande potência da arbitragem nacional porque tinha uma grande retaguarda distrital, coisa que nos últimos anos não aconteceu. A meu ver temos poucos árbitros nos quadros nacionais capazes de dar o salto para escalões superiores. Com o términus do campeonato nacional da 3.ª divisão prevejo que aconteça uma grande debandada de árbitros para o distrital. Portanto, o panorama não é muito famoso.

Quer isto dizer que o Conselho de Arbitragem vai ter muito trabalho pela frente para que Setúbal volte a ter o peso que já teve a nível nacional? 
Creio que sim, porque nos últimos anos andámos pelo caminho errado a nível de formação. Acho que não trabalhámos da forma mais correcta a nível da formação e que não soubemos aproveitar da melhor forma a qualidade das pessoas que integram o Conselho Técnico da AF Setúbal como é o caso de José Manuel Esteves, Ezequiel Feijão, Garcia Neves, entre outros. Já há muitos anos que se sabia que as competições iam ser remodeladas e não nos acautelámos.

Há algo mais que ainda queira dizer? 
Gostava que o novo CA continuasse a fazer a aproximação de todos os árbitros e que os mais credenciados não se esquecessem dos núcleos porque foi aí que começaram. Deixar uma palavra para os mais novos para se dedicarem com empenho e dedicação à causa porque cada vez é mais difícil chegar aos quadros nacionais e uma mensagem aos observadores para que sejam honestos e o mais correctos possível na avaliação que fazem aos árbitros porque têm mais tempo para pensar naquilo que vão escrever do que o árbitro tem para decidir. E, por último pedir aos clubes que sejam mais tolerantes para com os árbitros sobretudo para com os mais jovens.

4 comentários:

  1. Admiração não a como este e outros Arbitros desceram, Admiração a como eles lá chegaram ao Nacional..algumas vez este arbitro tinha coategoria e estatudo de ir ao nacional, foi porque foi a custa de um forte investimento e a base do sistema.. todos os arbitros que subiram a custo de foste investimento a não a custa da qualidade foram apanhados na rede... foi o caso deste.. Agora continua a dar graça ao ca e a ensinar o que nunca soube....O homem nem falar sabe...a Por estas e por outras a que a arbitragem esta assim.

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  2. Ele devia era ter vergonha, teve problemas psicológicos? Então e miudos de 13 e 14 anos que ele fez descer de Divisão, ou ele não se lembra das asneiras que fez, devia era ir para casa descascar batatas e largar o futebol, miúdos em tenra idade serem prejudicados por 1 decisão sua, esses sim podem ficar marcados psicologicamente, deixe-se de anedotas e largue a arbitragem. Adepto do concelho de Sesimbra.

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    1. Sem duvida, como foi possivel um arbitro e Pessoa taão fraco ter chegado ao nacional!!!!!!so por muitos favores e graixa e forte investimento que fez, esta doente foi porque lhe cortaram a mama,A custa de muita gente da arbitragem.
      o mais grave dão valor e como pode este senhorensinar se ele não sabe nem nunca soube nada de arbitragem. mas continua a lamber as botas a todos para andaR LÁ COMO ARBITRO ORBESERVADOR E CONSELHEIRO VERGONHOSSOOOOOO.

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    2. ...na tua terra(sesimbra) tens uns belos artistas do apito tens lolllllllllllllllll .........

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